Os livros são casas
com meninos dentro
e gostam de os ouvir rir,
de os ver sonhar
e de abrir de par em par
as paisagens e as imagens,
para eles, lendo, poderem
sonhar.
Os livros gostam muito
de contar histórias,
mesmo que essas histórias
sejam contadas em verso
com a mesma naturalidade
com que eu escrevo,
com que eu converso.
Os livros também respiram,
e o ar que lhes enche as
páginas
tem o aroma intenso das
viagens
que eles nos convidam a fazer,
sempre à espera que a magia
daquilo que nos contam
possa realmente acontecer.
Os livros são novos e antigos,
mas não gostam de ter idade.
Disfarçam uma mancha, uma
ruga,
e gostam de viver em liberdade
numa prateleira alta,
sobre a mesa em que se
escreve,
ou nas bibliotecas da cidade.
E é por isso, porque o seu
tempo
é sempre maior que o tempo,
que eles não gostam de ter
idade.
Os livros gostam de adormecer
com os meninos, contarem-lhes
lendas, contos e histórias
que eles nunca hão de esquecer
e que outros livros mais novos
com eles hão de aprender.
E o que cada leitor
descobre ao lê-los
é que eles, de facto, gostavam
de saber.
(…)
FICHA DE
ORALIDADE 9
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